Da autenticação ao passwordless: Eis o futuro da identidade
Da dualidade que se acentua entre a rigidez dos sistemas de segurança e a providência de uma boa experiência do usuário, emergem tendências de gestão de identidades que ditam o futuro da digitalização.
O caminho percorrido pela gestão de acessos e identidades tem sido, ao longo das últimas décadas, um caminho de evolução permanente, marcado pelo avançado desenvolvimento de novas tecnologias. Este é um percurso inevitável e fundamental para a segurança de qualquer organização e que deve ser indissociável da experiência do usuário.
Ações como o desbloquear de dispositivos através da utilização de acessos biométricos, ou inserir um código PIN ou até efetuar o scan da chave de acesso, são processos de autenticação que permitem a verificação e confirmação da identidade de um usuário de uma forma moderna e segura.
Contudo, nem sempre estes processos são convenientes ao longo da jornada do usuário por conta das diversas camadas de proteção que dificultam a autenticação. Neste sentido, a redefinição de chave de segurança para o usuário, seguida de uma série de requisitos para a nova senha, cria aversão pelo transtorno que causa. Assim, , o futuro da identidade está orientado por dois pilares: uma boa experiência do usuário com reforço da segurança.
Com a introdução contínua de leis reguladoras, como é o caso do GDPR (General Data Protection Regulation), a proteção e a segurança das identidades são a maior prioridade em qualquer processo de transição digital.
Da dualidade que se acentua entre a rigidez dos sistemas de segurança e a providência de uma boa experiência do usuário, emergem tendências de gestão de identidades que ditam o futuro da digitalização.
Autenticação Multi-Fator: para onde caminha?
Atualmente, a gestão dos acessos é orientada pela autenticação realizada através de diversos fatores, de forma individual ou combinada. Esses fatores podem incluir: (i) algo que sabemos (password/PIN); (ii) algo que possuímos (dispositivo de criptografia de autenticação, telemóvel, SMS temporário de verificação); (iii) ou algo que somos (biométrico, impressão digital).
O início do processo de proteção de identidades na esfera digital foi a utilização de algo que sabemos, como as passwords ou PIN’s, que continuam, até hoje, a ser a base destes métodos. A aceleração da digitalização potencializou a criação de novos processos de autenticação que asseguram a privacidade e que tornam os acessos impenetráveis.
A combinação entre o que sabemos e algo que possuímos, como um SMS temporário de verificação, tem sido um dos métodos emergentes e o qual os usuários já têm familiaridade em sua jornada digital até na utilização dos serviços pessoais (e-mail, social media, serviços públicos).
Mas por onde pode evoluir Autenticação Multi-Fator? Além do desenvolvimento e amadurecimento dos acessos biométricos, o caminho pode evoluir pela combinação entre algo que sabemos e algo que somos. Ou seja, , pela interseção entre uma password e uma impressão digital, por exemplo.
Descentralização de Identidades
A expectativa do usuário é que, no seu percurso digital, a organização disponibilize um acesso fácil e ágil à sua experiência online e que não exija a inserção constante de senhas. O usuário não está disponível para inserir fatores adicionais de autenticação.
Nesse sentido, a identidade digital descentralizada ocupa um papel relevante, considerando que é um sistema com base em padrões que pode proporcionar ao usuário maior privacidade e controle sobre os dados.
Neste novo paradigma, a identidade descentralizada é traduzida em uma arquitetura em que os identificadores, como os nomes dos usuários, podem ser substituídos por IDs independentes. Desta forma, permitem a troca de dados com tecnologia e blockchain para proteger a privacidade e garantir a segurança das operações.
A identidade digital descentralizada promete, ainda, a restruturação da centralização digital e física atual do ecossistema de identidades em um arquitetura descentralizada e democratizada.
Self-Sovereign Identity – SSI
O SSI, Self-Sovereign Identity, é uma solução de identidade que utiliza credenciais armazenadas em mobile wallet, que, num paralelismo com o offline, se aproxima do armazenamento de cartões com dados pessoais. Através desta solução, os usuários podem controlar o acesso aos dados garantindo liberdade e a autonomia. Além disso, a identidade e os dispositivos são portáteis e existe interoperabilidade entre a informação.
O modelo de SSI corrige falhas vigentes no controle, no consentimento e na transparência da informação, que são descoradas pelas soluções atualmente em vigor no âmbito da gestão das identidades.
O Self-Sovereign Identity tem o potencial de retirar a necessidade de confiar em uma entidade para o controle das identidades e devolve, assim, o controle de volta ao usuário.
Passwordless authentication
O processo de passwordless multifactor authentication, ou seja, autenticação multi-fator sem palavra-passe, baseia-se no princípio de que as passwords já não são suficientes para um processo de log-in seguro, tendo como objetivo a melhoraria da experiência do usuário. É um método que permite ultrapassar a frustração associada às camadas de segurança da Autenticação Multi-Fator com palavra-passe, sem deixar de lador a segurança e a privacidade.
O passwordless authentication elimina a necessidade de relembrar uma password e, para além de reduzir a possibilidade de phishing, é compatível com a maioria dos dispositivos. Alia, sobretudo, a elevada segurança à conveniência do usuário.
Este método constrói o futuro da governança de identidades, ao tornar os log-ins mais ágeis e rápidos e ao garantir um elevado nível de segurança. Além disso,, os custos de IT associados são reduzidos, já que se elimina a necessidade de redefinição de senhas e diminui o número de tickets de apoio.
O princípio base é de que a senha de acesso é algo instantâneo gerado por um equipamento controlado pelo usuário e que gera um acesso momentâneo.
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